Tributo a Bert Hellinger

Tributo a Bert Hellinger

A trajetória de vida de Bert Hellinger fascina, com apenas cinco anos de idade já sabia que queria ser padre, aos dez anos foi estudar num internato dirigido por missionários. Nos seus 93 anos de vida, Bert cumpriu a sua missão de ensinar e propagar a sua técnica no Brasil e em diversos países.

Jacob Schneider, terapeuta formado por Bert Hellinger, escreveu o livro “A prática das Constelações Familiares”, com o intuito de esclarecer que na prática em grupo ou individual, diversos elementos da psicoterapia se desenvolvem e convergem num instrumental representativo, capaz de trazer à luz os processos anímicos, vivenciá-los e reduzi-los ao núcleo essencial que permite soluções. A solução de problemas psíquicos associa-se à descoberta das ligações da alma, em conexão com as ocorrências e os destinos familiares.

Como Bert Hellinger desenvolveu e alcançou o diferencial de outras técnicas?

Bert contou que o insight decisivo que o trouxe para a área terapêutica (no livro Um lugar para os excluídos), aconteceu quando ele participou de uma dinâmica de grupo e ouviu esta pergunta do treinador anglicano:

“O que é mais importante para você, as pessoas ou os ideais?

O que você sacrifica pelo quê: as pessoas pelos ideais ou os ideais pelas pessoas?”

A partir daí, ele passou a praticar a dinâmica de grupo na escola onde trabalhava como diretor e nesse encontro com os treinadores anglicanos, o ser humano voltou a ser o mais importante em seu olhar.

Bert começou a fazer psicanálise, para ele mesmo e depois uma formação psicanalítica em Viena, ainda pertencente à ordem religiosa. Em seguida, conheceu Ruth Cohn, terapeuta da Gestalt, nessa sessão ele decidiu deixar o sacerdócio e a ordem.

Após o desligamento, conheceu a sua primeira mulher Herta, formou-se em psicanálise e foi morar em Salzburg, na Alemanha.  Ali, se associou a um círculo de trabalho em psicologia profunda.

Novos interesses em Terapia Primal o levaram aos Estados Unidos, fazer a formação com Arthur Janov. Nessa ocasião já conhecia a análise transacional, de Eric Berne, através de Fanita English que o ensinou a análise do script. Bert  combinou as duas técnicas, trabalhando com grupos, de 1974 a 1988, obtendo um êxito notável e surgiram as frases especiais para liberar a pessoa do seu script. Nesta época, surgiu a compreensão dos envolvimentos sistêmicos, tendo ocorrido o marco essencial, na análise de um script que não era pessoal, mas uma situação tomada de outro membro da família, do avô do participante.

Bert também trabalhou com a hipnoterapia segundo Milton Erickson, que o ajudou a olhar os movimentos corporais do cliente, nos quais era possível ver a verdadeira questão, muitas vezes diferente do que era falado. Aprendeu a reconhecer o ser humano tal como é, a reconhecer os sinais como são, tanto num nível mais aparente, o das palavras, como num nível mais profundo, reparando em seus mais leves movimentos. Os discípulos de Erickson: Jeff Zeig, Stephen Lankton foram seus principais mestres, e também o apresentaram à Programação Neurolinguística (PNL) e ao trabalho com histórias.

Em 1979, Bert voltou aos Estados Unidos, freqüentou seminários de Constelações Familiares dirigidos por Les Kadis e Ruth McClendon, que encontravam boas soluções, as quais ele absorveu parcialmente pois não havia explicação para o processo.  Depois, fez dois cursos de Constelação Familiar com Thea Schönfelder, o que o ajudou a entender melhor.

No livro “Ordens do amor” Bert conta sobre os insights:

 “… quando estava escrevendo uma conferência sobre culpa e inocência nos sistemas, ocorreu-me de repente que existe algo que se pode chamar de “ordem de origem”, isto é, a precedência do que é anterior num sistema sobre o que é posterior… No decorrer do tempo reconheci outros padrões, por exemplo, a representação de pessoas excluídas através de outras que vieram depois, e a importância da compensação nas famílias e grupos familiares.”

“Qual é a maneira mais bela de se mostrar o amor?

“Quando me satisfaço com o outro exatamente como ele é.”

Bert Hellinger

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